quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Devaneios...

Não penses, não fales, não olhes, simplesmente sente...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

(F)utilidades

De que vale ter um corpo ou um interior bons, se aquilo que é mostrado é algo mau...

Crónicas - Café Garantia IV

     O meu pulso disparou, o meu coração palpitou, a voz falhou-me e perante o "Olá" dela, nada saiu da minha boca, nem uma palavra, apenas um estranho grunhido, um rouco "Owa" meio manhoso, com o seu sorriso angelical conseguiu fazer com que me senti-se um pouco melhor mas mesmo assim, eu costumo sorrir quando me lembro das palermices que faço e daquela vez não foi uma excepção. O meu fornecedor ligava-me insistentemente e eu continuava a falar com ela.. Foram 2 minutos, talvez mais, não sei, perdi completamente a noção do tempo, esqueci tudo. Estava num estado de êxtase impossível de ser explicado por palavras, ela na sua inocência culpada não via nada do que eu estava a sentir no meu intimo. Felizmente para mim.
    O meu interior gritava palavras mudas, ela não conseguia ouvir, era apenas mais uma, porque haveria de pensar que desta vez iria ser diferente? Vou continuar mudo, já tinha falado demais, aquele "Owa" nunca deveria ter sido dito, falei demais naquele final de tarde... Despedi-me e segui mais uma vez o meu caminho, mas não consegui evitar um ligeiro olhar para trás, também que mal iria fazer...Olhei, parei, perdi-me, encontrei-me nos olhos dela, ela estava a olhar para mim, naqueles seus grandes olhos castanhos, aquele mundo tão pequeno mas tão imenso. Ela sorriu e corou, e eu consegui esboçar um sorriso, oh infeliz sorriso que nunca deveria ter sido esboçado.



Crónicas do Garantia, anjo preciso do teu sorriso :)

Só me dão trabalho

HÁ 10 ANOS:

1. Só ouvia música clássica --'
2. Queria ser arqueólogo
3. Gostava de brincar aos tiros xD

HÁ 5 ANOS:
1. Começei a ouvir o primeiro cheirinho de Rock N' Roll
2. Ainda queria ser arqueólogo
3. Ainda comia a sopa

HÁ 2 ANOS:
1. Queria ir para a Força Aerea ou ser Engenheiro Informático
2. ROCK N' ROLL Puro e Duro
3. Perdi tempo atrás de quem não devia ter perdido --'

HÁ 1 ANO:
1. Queria ir para a Força Aerea ou ser Engenheiro de Comunicações
2. Fiquei a gostar de Física
3. Passava várias horas a não fazer nada

ONTEM:
1. Acordei
2. Passei o dia
3. Fui dormir

HOJE:
1. Acordei
2. Fui treinar
3. Estou a comer neste preciso momento

AMANHÃ EU VOU:
1. À escola --'
2. Treinar
3. Ver um filme

CINCO COISAS SEM AS QUAIS NÃO POSSO VIVER:
1. Guitarra
2. Amigos.
3. Música.
4. Familia
5. Exercício Físico

CINCO COISAS QUE EU COMPRARIA COM 1.000€ :
1. Mota
2. Roupa
3. Uma viagem.
4. Livros.
5. Montava um negócio da branca

CINCO MAUS HÁBITOS:
1. Estudar pouco
2. Passar muito tempo a não fazer nada
3. Deixar as coisas em qualquer lado
4. ...
5. ...

CINCO SÉRIES DE TV:
1. Fringe
2. Mentalista
3. Supernatural
4. Dexxter
5. My name is Earl

TRÊS COISAS QUE ME ASSUSTAM:
1. Agulhas .I.



TRÊS COISAS QUE ESTOU VESTINDO NESTE MOMENTO:
1. Boxers
2. Meias
3. Tshirt

QUATRO DAS MINHAS BANDAS FAVORITAS:
1. ACDC
2. Muse
3. Scorpions
4. Chickenfoot

TRÊS COISAS QUE EU REALMENTE QUERO AGORA:
1. Tocar guitarra
2. Fechar a merda do caderno de matemática
3. Comer para não variar

TRÊS LUGARES ONDE QUERO IR DE FÉRIAS:
1. Peru
2. Mongólia
3. Maldivas

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Pensamento

"Os meus pensamentos são em alguns momentos,
de tal natureza que me sinto a enlouquecer.
O que a sua profundidade significa não sei,
nem tenho coragem para saber.
Fico louco só de pensar neles"

Escrito e pensado pelo grande Fernando Pessoa

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Crónicas - Café Garantia III

Triste alma penada, foi aquilo que me tornei, a sombra do que eu sou, ou do que eu era. Vazio profundo aquele no qual estava a caminhar, flutuando na incerteza da certeza de nada ser certo. Num ataque de raiva, por aquele ser imundo que estava ali a olhar para aquele espelho partido, acabei por simplesmente o partir toda, despedaçando os restos que ainda estavam presos à parede, a realidade era demasiada dura para ser encarada. A cambalear ainda saio da casa de banho, e começo a percorrer as ruas da cidade devaneando, com um objectivo incerto, numa busca pelo último esgar de discernimento, uma possibilidade bastante remota, se Deus existisse verdadeiramente talvez naquele momento precisa-se dele, mas ele nunca aparece...
            Prossegui a minha busca em vão, continuei sem rumo devaneando pela escuridão apesar da claridade do dia. Recebi um telefonema, simples palavras foram ditas pelo "Número Privado" - a encomenda chegou, espero-te às horas marcadas. Como um lacaio devotado, pela ânsia de pela primeira vez ter um destino, por mais curta que fosse a viagem, ao menos tinha uma... Contrato simples, fiz-lhe um favor, era a vez dele me retribuir o favor. Troca por troca como manda a lei da rua. A passo apressado mancando ligeiramente segui pela avenida ou corredor da morte, como um preso à espera pela injecção letal, sorria, estúpida e simplesmente, o riso dos tolos, moribundo continuei a percorrê-lo, já nada mais me interessava ia acabar ali ao fundo, já via a luz ao fim do túnel, finalmente, depois de tanto tempo... Tinha tomado a minha decisão e ia levá-la até ao fim, estava cansado de tudo, desgastado não devia nada a ninguém a não ser a mim mesmo, mas nem a mim próprio eu pagava mas, ao virar a esquina, via ali ao fundo...Agora? Tinha de aparecer agora? Neste momento? Não podia ter aparecido depois, apesar de não haver um depois, mais uma vez triste ironia da vida, no seu andar arrastado, sorriso estampado na cara e cigarro pousado sobre os seus lábios, na sua aura etérea vi que a luz ainda não iria chegar, não conseguia, perdi completamente as forças perante aquele anjo, só podia ser um anjo, um anjo com defeitos, mas que realiza milagres demoveu-me do meu objectivo, primeira pessoa a conseguir semelhante feito, e agora, o que se vai passar daqui para a frente?



Café Garantia, o tasco, a crónica, palavras sem nexo, mal alinhadas, mas com significado. Continua, se houver um depois...Estás disposto(a) a cá voltar conhecer o resto da história? Eu gostava de cá voltar, mas como tudo na vida, "não há certezas", quando estiveres indeciso numa situação faz antes que te arrependas e deites a perder o teu objectivo.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Crónicas - Café Garantia II

Dura e cruel realidade esta, não perdoa, tarda mas não perdoa, que monstro afinal era eu? Confusão, tremenda confusão. Levanto-me naquela calma que grita, desesperado, sem rumo, saio  daquele amaldiçoado café, pelo caminho, perante encontrões às mesas e cadeiras a voar, sinto um arame a rasgar a minha pele. Uma dor ensurdecedora preencheu a minha cabeça mas, continuei a andar sangrando abundantemente. Falha-me a voz, a visão e os sentidos. "não posso desmaiar aqui" pensei. Tudo o que tinha lutado para conseguir, a frieza, aquela frieza no olhar não se podia diluir devido a um simples arranhão, sou a sombra do que eu sou, não podia deitar tudo a perder, arrastando a minha carcaça podre por aquele chão cheio de detritos de comida, misturado com o escarro da sociedade que lá parava, saí de lá. A realidade, o Sol ardia, batendo nos meus olhos, habituados à escuridão, não conseguia aguentar aquela luz, e numa dança arrastada de um lado do passeio ao outro, como uma árvore durante uma tempestade vergando a sua copa até ao chão, balançando-me como um bêbado, trocando os passos, vendo tudo turvo, dirijo-me à casa de banho mais próxima. Ao entrar caio para o chão com um espasmo de dor. Pela primeira vez não aguentei, a facada alucinante que esta dor me provocou, consegui a custo levantar-me, passei a ferida por água e pus um lenço de papel em cima da mesma, para a desinfectar logo que tivesse acesso a esse tipo de cuidados, os espelhos da casa de banho estavam partidos, e eu não conseguia ter a percepção da gravidade da mesma. Triste alma penada, foi aquilo que me tornei, a sombra do que eu sou, ou do que eu era...



Continua, café garantia a crónica, o drama, a perdição...

Crónicas - Café Garantia

Um velho café austero, frio e impetuoso, fachada medonha que transmitia uma sensação de vida. O meu sangue pulsava nas veias, era a primeira vez que ia ter o infeliz privilégio de lá entrar. Fiquei à espera, o tempo não andava, o suor escorria pela minha face, as minhas pernas tremiam, os meus olhos rangiam num descontrolar virar incessante para os lados à procura do meu destino, ao longe avisto o meu diabo, não tinha cornos, nem cauda, não era vermelho, nem tinha um bastão, tinha uma arma de fogo, era a única coisa capaz de produzir calor em todo o seu semblante, nada se mexia, era simplesmente feito de pedra, sem sentimentos, implacavel, era um homem de princípios apesar de tudo, princípios que o fizessem sobreviver. Os seus olhos enregelavam quem quer que ele olha-se, tal ser não era humano, era um ser inferior mas superior, a profundidade dos seus olhos castanhos era infinita, uma mera pessoa era capaz de se perder olhando para eles, poucas se atreviam a olha-los com medo de ficarem sem medo. Entramos eu e ele para o Café Garantia, o vestíbulo era simples, um tapete escarlate desgastado pelo tempo e pelos milhares de pessoas que o calcaram durante o auge do seu funcionamento, agora não passava dum simples ponto de encontro para perdidos; o café era pequeno, sem grandes comodidades, o balcão reluzia com restos de vinho espalhados pelo mesmo, a luz era fraca e o fumo imenso,  lá dentro ninguém distinguia ninguém, era um antro. Um simples antro. Encontravam-se aqui todo o género de pessoas, desde drogados a senhores da alta sociedade, desejosos por fazer mais uns negócios legais escondidos naquela caverna no centro da cidade.
      O meu amigo era conhecido de toda a gente, mas na realidade ninguém o conhecia, andava por ali a vaguear à procura de mesa, encontrou-a num canto do café, junto às portas da "retrete" (visto não terem quaisquer condições de higiene), iluminado pela escuridão olhou o espelho ao seu lado, e reparou que estava sozinho, ele na realidade era eu, tinha estado sempre sozinho...



Continua, não percam o próximo episódio porque eu também não.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sussuros

Sussuro -Murmúrio, zumbido,som confuso; acto de falar em voz baixa.



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Apenas mais um dia na pasmaceira agitada da minha humilde rua ou beco, como preferirem chamar. Caminhava numa calma apressada, pois estava atrasado. Tinha um encontro a seguir, estava marcado há já alguns dias. Estive muito tempo sem a ver, 3 dias. Já não conseguia aguentar mais estar sem ela, dediquei-me a ela, pois acho a música a forma de arte mais completa. Finalmente ia estar com a minha guitarra, após a minha chorada ausência ia tê-la sob os meus dedos novamente, sob o meu toque, ia senti-la, ouvi-la...Passa-mos horas juntos, como um marido e uma mulher apaixonados. Daqueles momentos que não se descrevem, sentem-se... Após choros e lamurias, pontapés e ternuras, despedi-me novamente dela e decidi vir até ao jardim, a inspiração fluía pelos poros da pele, o mundo finalmente tinha ganho aquela cor ... Vontade de escrever, nenhuma. Vontade de dormir, nenhuma. Fiquei o resto da tarde a ouvir e a ver, sons, sussuros, lamentos...

A Natureza, realmente a coisa mais bela do mundo, juntamos uma guitarra e temos a comunhão perfeita. Preservem a natureza :)