quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A luz da escuridão...

E o mundo das trevas cobriu o mundo, o meu mundo, o mundo de ninguém, o mundo do eu, o mundo do nada... Perdi-me, encontrei-me, voltei-me a perder e a encontrar, e a perder novamente. E, acabei por perder realmente o mais importante, perdi-me a mim, perdi o eu, perdi a alma ou o que eu considero alma, o espírito e vida, dei-lha e ela recusou, mas ficou com ela, guarda-a e mesmo que quisesse devolver não consegue porque a sugou. E agora sou errante, uma espécie de ser com pernas, com braços, oco, duro e frio, apenas um louco errante por brumas de nevoeiro, ou simplesmente por nada.
O nada acaba por definir o tudo. Porque do tudo partiu o nada e o nada é tudo...


Hoje, o meu mundo iluminou-se por um breve instante, em que os olhos dela tocaram nos meus, naquele corredor de nevoeiro, cheio de nada e de tudo... E os olhos dela brilharam e eu fiquei, fiquei e andei, desejei que aquele momento nunca acaba-se ou que nunca tivesse acontecido.... E agora? Será mais uma profanadora de túmulos? Mas como ela me pode roubar o que eu não tenho?Simples, não sei nem nunca saberei... E o meu mundo regressou à terra que nunca mudou e ficou, a ver um espectáculo de insignificância, a terra pisada por mim todos os dias, que me olha como um filho ou como um fardo mas eu entendo-a... Sou apenas mais um louco que ocupa espaço e que a calca todos os dias. E um dia em qualquer lado, seja onde for, ou quando for, nem que espere uma vida, vou-a encontrar outra vez, vou-me cruzar com ela e vou ....Voltar, dar a volta, e voltar a olhar, para ela, para aquele corredor vazio e vou ficar ali eternamente naquele olhar ou naquela perdição...

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